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O legado musical do Exército de Salvação

Este ano o Brasil comemora os 50 anos da Banda Territorial de metais e 45 anos da Brigada Territorial de Cantores 


Sabemos da importância da influência da música na vida das pessoas. Ela gera um misto de sentimentos, marca nosso físico, toca na nossa alma e tem o poder de unir multidões.


Desde os seus primórdios, os salvacionistas foram criativos na divulgação do evangelho através da música. Em 1878 começaram a usar banda de metais, compostas de instrumentos de sopro, para chamar a atenção das pessoas nas ruas da Inglaterra. Grupos vocais surgiram por volta de 1898. Para William Booth, fundador do movimento, qualquer tipo de música ou grupo musical tinha o objetivo maior de atrair as pessoas e levar a mensagem da salvação aos seus corações: “Toda batida do bumbo ou sopro dos instrumentos é para levar as pessoas primeiro aos Corpos e depois para o banco de misericórdia”1 .


Influenciado por este legado musical, este ano o Território do Brasil comemora os 50 anos desde a formação da Banda Territorial (de metais) e 45 anos da Brigada Territorial de Cantores.


No entanto, a primeira expressão de banda no Brasil, mencionada pela revista “Brado de Guerra” da época, foi do Corpo de Bangu, ainda na década de 1920. Logo apareceram outras em Joinville, Rio Comprido, Niterói, São Paulo Central, Porto Alegre, Rio Grande, Bosque, Pelotas, Suzano e Jacutinga. Em 1932 foi formada uma Banda Territorial que durou alguns anos e chegou a tocar em diversas cidades de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.


Em 1974 surgiu a ideia da criação de uma Banda Nacional. Em seu livro A imagem do cruzeiro resplandece, o Comissário Carl Eliasen escreveu: “Havia o desejo de aproveitar o grande potencial e talentos existentes entre a juventude do Território para instituir-se uma Banda exemplar no tocante à evangelização, salvacionismo e excelência musical, estabelecendo um modelo para os músicos salvacionistas do Brasil”.


Com a aprovação da liderança da época, foi dada a autorização para o empreendimento, com o Capitão Christopher Parker como Mestre. Em 1987 ele seria sucedido pelo Paulo Wakai. Em julho de 1999, Antonio Oliveira assumiu esse posto, seguido por João Carlos Cavalheiro e, hoje, pelo Antônio Pacheco.


Em 1979, estendeu-se a ideia com a formação de uma Brigada Nacional de Cantores. Daniel Tavares Bastos Gama foi o Mestre nomeado, sendo substituído sucessivamente por Lucio de Moura Neto, Edgar Chagas, a, então, Capitã Shirley Parker e Vera Wakai Sales, atualmente.


Desde sua fundação, os grupos têm apoiado eventos especiais ao redor do Território e também tido a oportunidade de visitar a Argentina, Uruguai, Chile e Estados Unidos. Tanto os músicos como os cantores representam vários Corpos do Território, são salvacionistas ativos e, por sua vez, líderes de grupos musicais, professores da Escola Bíblica, Oficiais Locais etc. e, no cotidiano, trabalham nas mais variadas profissões.


Hoje, nos grupos, existe uma mistura de experiência, por parte dos membros antigos, e força e renovação, pelos jovens que estão se achegando para fazer parte. Todas as Divisões do Território estão representadas, o que tem enriquecido também por trazer parte da cultura de cada região do país, demonstrando unidade musical e espiritual.


Queremos, nessas poucas palavras, agradecer aos fundadores, Mestres e cada membro dos grupos, através da história, por sua dedicação nessa importante missão. Homenageamos, em especial, o Tenente-Coronel Parker e o João Carlos Cavalheiro por seus anos de dedicação e influência, ambos Promovidos à Glória (falecidos) este ano.


Que venham mais 50 anos para glória de Deus!

 1 The Story Behind Salvation Army Music - Christianity


Major Juliano Dorneles dos Santos

Secretário Nacional de Programas


(Artigo publicado na revista RUMO - novembro/dezembro 2024)

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