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Projeto Pontes – um legado à população migrante em Roraima

Durante seis anos o Projeto Pontes em Boa Vista, Roraima, contribuiu com a resposta à crise migratória da Venezuela. Embora as atividades  se encerraram em dezembro de 2024, a Capitã Jaqueline Silva (responsável pelo trabalho desde 2019), compartilha como essa Unidade do Exército de Salvação/APROSES ajudou a transformar vidas.


Em 2018, o Exército de Salvação iniciou seus primeiros passos para atuar junto a outras agências, em resposta à migração forçada de centenas de milhares de venezuelanos para o Brasil. Oficiais mulheres do Brasil, e de outros Territórios da América Latina foram a Roraima por períodos curtos para realizar atividades de escuta, trabalhos manuais e orientação à prevenção à exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes.  


Pontes que unem, vinculam, conectam e encurtam

A equipe com alguns participantes do Projeto
A equipe com alguns participantes do Projeto

Em 2019, com a parceria de um ano da União Europeia e parceiros implementadores do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), e como parte da Operação Acolhida, o Exército de Salvação inaugurou um Centro de Convivência e Atendimento Psicossocial, chamado de Projeto Pontes. Esse nome refletia a proposta de ser pontes que “unem, vinculam, conectam e encurtam caminhos” para a população migrante e refugiada em vulnerabilidade socioeconômica. Durante os quatro anos seguintes, a parceria continuou com o Exército de Salvação da Suíça, que finalizou em dezembro de 2024.


Como qualquer situação de deslocamento forçado - moradia, saúde, segurança alimentar e saúde mental eram as principais necessidades. Através de uma equipe integrada, o Projeto Pontes ofereceu atendimentos sociais, apoio psicológico, orientação jurídica, sessões informativas sobre leis e legislações brasileiras, atividades de integração e interação com o contexto brasileiro, aulas de português, além de proporcionar um espaço de convivência e trocas.


A Capitã Jaqueline Silva agradecendo parceiros no encontro de encerramento do Projeto em outubro de 2024
A Capitã Jaqueline Silva agradecendo parceiros no encontro de encerramento do Projeto em outubro de 2024

Durante os seis anos de atuação, cerca de 2.000 pessoas foram atendidas anualmente, com uma média de 13.000 atendimentos, priorizando famílias com mulheres, crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiências, bem como da comumidade LGBTQI+.


Em depoimentos, as pessoas atendidas relatavam sentir-se em casa, um sentimento perdido no processo de migração forçada. Elas compartilhavam suas histórias e indicavam o Projeto Pontes para outros, com a promessa de que lá seriam bem acolhidos.


Yenny Zabala morava em um abrigo com seu marido e filha, quando chegou ao Projeto Pontes onde recebeu atendimento psicossocial e, posteriormente, participou de cursos oferecidos pelo Exército de Salvação. Tempos depois, após participar de um processo seletivo, foi contratada para fazer parte da equipe de funcionários. “O Projeto me encheu de esperança, com vontade de seguir em frente, aprendi muito. Conseguimos que as pessoas atendidas, do mesmo jeito que eu, atingissem seus objetivos”. 


Sr. José Antônio (na cadeira de rodas) sendo atendido no Projeto
Sr. José Antônio (na cadeira de rodas) sendo atendido no Projeto

Quando o Senhor José Antônio Acevedo, de 70 anos, chegou da Venezuela, enfrentava um câncer de pele avançado, sem acesso aos serviços de saúde, e estava em extrema vulnerabilidade, sem apoio familiar, recursos financeiros ou moradia. Ao ser acolhido pelo Projeto e encaminhado aos serviços que tanto precisava, ele não recebeu apenas o apoio material, mas também teve sua esperança renovada. 





Potencializando o Protagonismo de Mulheres


Zaiduvi expôs seu artesanato na Feira de Empreendedorismo no Shopping Roraima
Zaiduvi expôs seu artesanato na Feira de Empreendedorismo no Shopping Roraima

Outro aspecto do Projeto Pontes foi o incentivo ao protagonismo e empoderamento econômico de mulheres, com orientação profissional, cursos profissionalizantes, planos de vida e negócios, além de oferecer assessoria financeira e capital semente para implementação de pequenos negócios.


Zaiduvi foi uma dessas mulheres que superou as dificuldades de chegar a um novo país através da produção e pintura de quadros, placas motivadoras e outros itens de madeira. Iniciou seus trabalhos selecionando madeiras do lixo e tem o sonho de ter sua própria marcenaria. “Seria impossível chegar aonde cheguei hoje, sem o trabalho e o apoio do Exército de Salvação. Agradeço a todos pela dedicação".


Agradecemos a Deus porque, durante todo esse período, o trabalho realizado incluía o acolhimento humanizado, movido pelo amor de Cristo e pela missão de ser parte e voz na defesa e garantia de direitos à dignidade de cada pessoa –  sejam elas migrantes, refugiadas ou do país de acolhida.


 “Erga a voz em favor dos que não podem defender-se” (Provérbios 31:8).



 Artigo publicado na revista Rumo (edição março/junho 2025)


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