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Setembro amarelo: prevenção ao suicídio

Falar sobre o suicídio é algo pesado, mas necessário. A campanha Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, reforça a importância da comunicação e do apoio mútuo.


O Setembro Amarelo foi iniciado após a morte de Mark Emme em 1994, nos Estados Unidos. A campanha começou com a distribuição de bilhetes pelos seus pais com a mensagem: "Por favor, não faça isso. Por favor, converse com alguém e peça ajuda".


Existem diversas motivações para o suicídio, incluindo transtornos mentais como depressão e ansiedade, abuso de substâncias, histórico de tentativas de suicídio e situações de violência ou abuso. Entre os jovens, o bullying, incluindo o cyberbullying, a pressão acadêmica e problemas familiares são fatores comuns. Em adultos, questões financeiras e desemprego são frequentemente citados.


De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 16.262 mortes por suicídio em 2022, uma média de 44 casos por dia. O suicídio é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, tornando essa faixa etária uma das mais vulneráveis. A dificuldade em lidar com emoções, a obrigação de ser feliz e em aceitar a tristeza é possivelmente acentuada pelo uso das redes sociais, ainda que não existam estudos conclusivos sobre isso. Entre idosos também há uma alta taxa de suicídio que merece atenção e o suicídio é significativamente maior entre homens do que entre as mulheres.


Tratando do assunto nas Unidades Sociais do Exército de Salvação

Crianças e adolescentes precisam saber que a tristeza faz parte da vida e que é possível superar momentos difíceis com apoio adequado, incluindo ajuda de psicólogos. Manter um diálogo aberto e honesto é fundamental e toda ameaça de suicídio deve ser tratada com seriedade. Nas Unidades Sociais do Exército de Salvação as equipes técnicas trabalham constantemente com atividades de bem-estar emocional e mental com as crianças e adolescentes atendidas, estando atentas a mudanças de comportamentos que possam indicar depressão e ideações suicidas.



Sinais de alerta podem incluir mudanças na rotina do sono, isolamento, uso de roupas de manga longa que escondem a automutilação, expressão de sentimentos de desesperança e interesse diminuído por atividades antes apreciadas.

 

É importante que familiares e amigos não se culpem caso não tenham percebido os indícios de depressão ou ideação suicida. Os sinais podem ser sutis ou se confundem com mudanças normais de comportamento, especialmente durante a adolescência. A depressão pode ser silenciosa, e nem sempre é possível identificar os sinais precocemente. O mais importante é oferecer apoio contínuo e estar disponível para ouvir e ajudar.


Estima-se que a maior parte dos casos de suicídio seja evitável e uma simples conversa de 15 minutos pode ser suficiente para afastar o impulso suicida. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece suporte emocional gratuito pelo telefone 188, disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana.




Juliana Feres

Consultora do Exército de Salvação para o

Enfrentamento à Escravidão Moderna e ao Tráfico de Pessoas (EMTP)



Artigo publicado na revista RUMO (setembro/outubro 2024)

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